O leite é uma fonte variada de nutrientes que pode trazer incontáveis benefícios à saúde. Isso, lógico, não é novidade. Porém, nos últimos meses, o mercado vem sendo invadido por um número crescente de tipos e marcas - de soja, de cabra, light, diet, desnatado, integral, além do já tradicional de vaca -, sem que as pessoas saibam exatamente quais as qualidades de cada um e para o que é mais indicado.
“Para crianças, até os seis meses de idade, o aleitamento materno deve ser exclusivo”, recomenda Flávia Morais, nutricionista do Mundo Verde, maior rede de franquias de produtos naturais, dietéticos e alternativos da América Latina, com 107 lojas espalhadas pelo país. O leite materno tem proteínas e gorduras em quantidades adequadas e de fácil digestão, enquanto no leite de vaca as proteínas são de difícil digestão e a gordura é deficiente nos ácidos graxos essenciais. Neste tipo de leite, a quantidade de vitaminas, minerais e água também não é adequada às necessidades do bebê, comenta ela.
A nutricionista observa ainda que o aleitamento materno também apresenta benefícios para a mãe, pois protege sua saúde, diminui o risco de hemorragia por ajudar o útero a recuperar seu tamanho normal, reduz o risco de câncer de mama e de ovário e contribui para retardar uma nova gravidez.
Sobre as diferenças entre os diversos tipos de leite de vaca - desnatado, semidesnatado e integral – Flávia diz que é a quantidade de gordura que os distingue. Enquanto o leite integral possui pelo menos 3,5% de gordura em sua composição, o semidesnatado tem entre 1,5% e 1,8%, e o desnatado, no máximo, 0,3%. “Os desnatados e semidesnatados são indicados para quem deseja controlar o peso ou prevenir problemas cardiovasculares. Em média são recomendados o consumo de quatro copos de leite ao dia, independente de sexo ou faixa etária”, indica.
Quanto ao leite de cabra, por ser de fácil digestão, ela o recomenda mais para as crianças, já que favorece o esvaziamento gástrico e, consequentemente, reduz o risco de refluxo gastroesofágico. “Ele também é hipoalergênico, o que vem aumentando gradativamente o seu consumo nos processos alérgicos de origem alimentar, particularmente aqueles relacionados às proteínas do leite de vaca”.
A nutricionista lembra também que cerca de 40% da população brasileira apresentam intolerância à lactose, o açúcar do leite. Essas pessoas apresentam flatulência, sensação de plenitude abdominal e às vezes vômitos e diarréias ao usar o leite de vaca. “Para quem sofre dessa intolerância, uma boa opção é o leite-de-soja, que não contém lactose e tem importantes propriedades terapêuticas. Ele reduz o nível de colesterol sangüíneo, os sintomas da menopausa, o risco de diversos tipos de câncer, os distúrbios cardiovasculares e a osteoporose. O ideal é consumir aqueles enriquecidos com cálcio”.
Por fim, Flávia avalia que a importância da presença desses tipos de leite ou de seus derivados em uma dieta equilibrada é indiscutível. E finaliza: “Não existe leite ou alimento milagroso. O consumo de alimentos em pequenas quantidades e a associação entre eles é que irão garantir uma dieta equilibrada e benéfica à saúde”.
Fonte: Flávia Morais, nutricionista da Mundo Verde
Créditos: Solange Melendez e Nádia Santana
Ex-Libris Comunicação Integrada
Leitura adicional:
Leite - Nutrientes e Saúde - Tipo A, B, C